Como o split payment vai transformar a gestão tributária das empresas brasileiras
Dayse Magalhães | Fotos Divulgação
Nos dois últimos anos, a reforma tributária no Brasil tem sido um tema central nas discussões econômicas. Uma das propostas que está ganhando destaque é o split payment ou pagamento repartido. Esse modelo promete simplificar a arrecadação de impostos e transformar a maneira como as empresas brasileiras gerenciam suas obrigações tributárias.
O que é o Split Payment?
O split payment pode soar como uma novidade para muitos, mas é uma prática que já funciona em países como Itália, Polônia e Chile, com o objetivo de reduzir a evasão fiscal e aumentar a eficiência na arrecadação de impostos. No Brasil, a ideia é aplicar esse modelo para os novos tributos CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O funcionamento é simples: em vez de o imposto ser recolhido pelo vendedor e repassado ao governo, o comprador é quem faz o pagamento diretamente ao fisco no momento da compra. Assim, quando uma empresa compra um produto ou serviço, o valor do imposto é automaticamente separado e enviado ao governo. Isso evita o risco de o vendedor não pagar o imposto, garantindo que o governo receba o valor devido sem complicações.
Benefícios e desafios
Para as empresas, o split payment oferece várias vantagens. Ele simplifica as obrigações fiscais, facilita o controle do fluxo de caixa e aumenta a segurança jurídica. Com o imposto sendo recolhido automaticamente, as empresas podem operar de forma mais eficiente, reduzindo o risco de erros e penalidades. Por outro lado, a implementação desse sistema exige que as empresas invistam em tecnologia e ajustem seus processos de gestão de crédito fiscal, especialmente as de menor porte. Além disso, as instituições financeiras terão um papel crucial nesse novo modelo, e é importante garantir que esses custos não sejam repassados aos empresários. O futuro da gestão tributária no Brasil O split payment representa uma mudança significativa na maneira como os impostos são recolhidos no Brasil. Se for implementado corretamente, ele poderá inaugurar uma nova era de simplicidade e eficiência para as empresas, ao mesmo tempo em que fortalece a arrecadação de tributos e combate a sonegação fiscal. Para os empreendedores, o segredo será adaptar-se à essa nova realidade. Estar preparado significa investir em tecnologia, revisar processos internos e, acima de tudo, estar aberto às mudanças que inevitavelmente virão com a evolução do sistema tributário no Brasil. Em resumo, o split payment não deve ser encarado com receio, mas como uma oportunidade para modernizar a gestão tributária e financeira, tornando as empresas brasileiras mais competitivas e eficientes. O futuro da tributação no Brasil está se desenhando agora e os empreendedores que se prepararem adequadamente estarão em uma posição vantajosa para aproveitar os benefícios dessa transformação.
Dayse Magalhães é contadora e empresária, sócia fundadora da ContBlu Consultoria e Contabilidade; MBA em Consultoria Financeira, Compliance, Controladoria e Reestruturação de Negócios.
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